domingo, 24 de janeiro de 2010

Livros sobre o universo feminino

por Katia Thomaz

Encontrei no blog do escritor Levi Bucalem Ferrari (http://blogs.utopia.org.br/levi/) alguns resumos de livros interessantes do universo feminino e acrescentei outros de minha biblioteca (de Uma vida inventada em diante) que, a meu ver, representam bem a vida da mulher contemporânea. Lá vão:


Cheiro de amor
Edla Van Steen
Global Editora (1996)

O livro compreende oito contos, escritos em estilo leve e fluente, nos quais predomina a presença da mulher. Sua presença é sempre marcante, seja na sua realização pessoal e profissional, seja em seus relacionamentos ou em sua função de mãe.
Em um dos contos, que dá título ao livro – Cheiro de Amor – Camila, uma mulher que vive em uma fazenda no interior, se apaixona e começa a exalar o ‘cheiro de amor’, que é sentido por todos.
Elementos do dia-a-dia e da realidade atual do país também estão presentes, assim como indicações de técnicas de teatro e indicações de cena, que tornam a leitura agradável e convidam à visualização.
Edla Van Steen é escritora consagrada tanto pelos temas que aborda quanto por seu domínio da linguagem


Palavra de mulher
Álvaro Alves de Faria
Senac São Paulo (2003)

Vinte mulheres com a sabedoria que a sua inteligência inquieta desenvolve ao longo da vida, falam aqui da aventura de registrar por escrito o que pensam, sentem e criam.
O poeta e jornalista Álvaro Alves de Faria as entrevistou entre 1998 e 2003, sem o compromisso de apresentá-las em síntese de obras publicadas e aspirações. Mas na intenção dominante de valorizar “um gesto, uma palavra, uma lembrança, um olhar, o silêncio, a veemência, a emoção, a esperança, o sentimento, a lágrima”.
Como resultado, tem-se um livro-documento de forte interesse em que elas se revelam participantes de muitas batalhas “na defesa de seu lugar na sociedade feita quase só de homens e de atitudes masculinas”.


Femina - Contos
Ada Pellegrini Grinover
Editora Atlas (2008)

Mulheres e gatas têm algo em comum: o mistério, a doçura, a persistência, a valentia. Mulheres e gatas sabem o que querem, e o querem com força, com determinação, dispostas a lutar com unhas e dentes.
E salve-se quem puder! Nesses contos, quase todas as mulheres e uma gata são um pouco estranhas, um pouco selvagens, um pouco inescrupulosas. Mas, seria esta uma característica de todas as fêmeas, como muitos crêem?
A autora, Ada Pellegrini Grinover é membro da Academia Paulista de Letras. É também conceituada mestra em assuntos jurídicos com dezenas de livros publicados.
Mas aqui, em sua estréia na ficção, ela narra a história de dez mulheres e de uma gata. O homem não é mero espectador. Às vezes é até o protagonista principal, mas por perto há sempre uma mulher – ou uma gata – a dar um sentido especial, uma guinada particular, em sua vida.


História de mulheres
Rosa Montero
Editora Quanto (1995)

Este livro reúne 15 perfis de mulheres que romperam com padrões de comportamento vigentes em sua época, e deram contribuições significativas no campo das artes, da cultura, do comportamento e das idéias. Entre elas estão a pintora mexicana Frida Khalo e a escritora francesa Simone de Beauvoir, por exemplo.
A autora, Rosa Montero, é colunista do jornal espanhol “El País” e já lançou no Brasil o livro A louca da casa. É considerada um dos principais nomes da imprensa espanhola.


O conto da mulher brasileira
Edla Van Steen (Org.)
Global Editora (1978)

Por que uma antologia só de contos de mulher? À primeira vista, a idéia parece não se justificar, principalmente porque artistas, no trabalho, não têm sexo: são artistas.
Acontece que a mulher, não apenas quantitativa, mas qualitativamente, vem cada vez mais ocupando uma posição de destaque na nossa literatura. Esta antologia visa, portanto, apontar e marcar a fecundidade de sua produção.
Foram selecionadas escritoras vivas e que já tivessem livros publicados. A coletânea feita pretende traçar um panorama da literatura feminina brasileira.
E é uma excelente oportunidade para quem gosta do conto, degustar o que a escritora mulher dos dias de hoje está escrevendo.


A friagem
Augusta Faro
Global Editora (1995)

Com uma visão bem feminina do mundo e da vida, a escritora Augusta Faro explora com agudeza o universo íntimo da mulher, suas angústias e perplexidades, suas esperanças e sonhos.
Ao estilo predominantemente realista, Augusta acrescenta, às vezes, o fantástico e a curiosidade pela vida de outros seres da natureza. Isso inclui animais e objetos inanimados que oferecem à autora aspectos de uma vida cheia de mistérios.
Criatividade narrativa e linguagem de qualidade devem cativar o leitor do começo ao fim do livro.


Retrato sem legenda
Anna Maria Martins
Ed. Siciliano (1994)

A autora deste livro, Anna Maria Martins, é reconhecida como uma das maiores contistas da atualidade. Obteve muitos prêmios, entre eles o do Instituto Nacional do Livro e outro da Academia Brasileira de Letras. É membro da Academia Paulista de Letras e Conselheira da União Brasileira de Escritores.
Neste livro, predominam narrativas que revelam sua especial predileção por temas nascidos de um novo olhar sobre a condição feminina, como no conto-título, em que nas “catacumbas da memória” a narradora imagina-se no lugar do homem abandonado pela mulher que outrora amou numa pequena cidade, agora cheia de jovens vocacionados apenas a imitarem os pais.
Outras vezes, a autora cria metáforas muito apropriadas, alcançando uma prosa poética muito admirada por seus leitores e pela crítica. Anna revela uma capacidade de síntese e pertinência admiráveis.


Ao homem que não me quis
Ivana de Arruda Leite
Editora Agir (2005)

O livro é composto por 18 contos, nos quais a autora conta, em cenário urbano, histórias de personagens quase sempre cômicas ou implacáveis, que procuram a todo custo se encontrar ou se perder nas relações amorosas.
São mulheres que estão sempre querendo nos lembrar que a paixão existe e não tem limite. Mulheres que habitam nosso cotidiano, intensas e viscerais.
A autora, Ivana Arruda Leite, possui diversos livros publicados e tem participado de importantes antologias, sempre fazendo vir à tona temas relacionados a relações mais profundas entre os seres humanos, a começar pelo amor em suas variadas formas.


Divã
Martha Medeiros
Editora Objetiva (2002)

Este é o título do romance de Martha Medeiros, escritora gaúcha, com 11 títulos publicados. Martha exibe talento admirável para combinar irreverência e lirismo em textos curtos, contemporâneos. Divã é seu primeiro livro de ficção – inspirada abertamente na realidade que a própria autora captura em suas deliciosas crônicas.
O livro conta a história de Mercedes – uma mulher com mais de 40, com todas as obrigações típicas, como casa, filhos e outras. De repente, ela resolve fazer análise. O que começa como uma simples brincadeira acaba por se transformar num ato de libertação: poético, divertido, devastador.
Martha Medeiros já vendeu mais de 50 mil livros. É consagrada principalmente no Sul do país. Segundo Millor Fernandes, “Brincando, brincando, o que Martha mais faz é poesia de amor. Tem mais ainda – é absolutamente compreensível, sobretudo pra quem compreende”.


Elas as pioneiras do Brasil
Hebe C. Boa-Viagem A. Costa
Scortecci Editora (2005)

Em 1561, a quase totalidade de nossa população era analfabeta, inclusive os ricos e os membros da nobreza. Apenas alguns membros do clero sabiam escrever muito bem. Quanto aos índios e mestiços, então, o que você imagina? Pior ainda. E se fosse uma mulher? Impossível, é o que qualquer um concluiria.
Felizmente estamos enganados, pois naquele ano, 1561, o Padre Manuel da Nóbrega recebeu uma carta de uma mulher pedindo que as crianças escravas, que “se vêem separadas dos pais cativos, sem conhecerem Deus, sem falarem a nossa língua e reduzidas a esqueletos” fossem tratadas com dignidade. A autora era Madalena Caramuru, uma das filhas do português Diogo Álvares Correia, o Caramuru, casado com a índia Paraguaçu, uma história que todos conhecemos e admiramos. Uma mestiça, portanto.
Essas e outras lindas histórias falam sobre a vida dessas mulheres brasileiras que se destacaram em todos os períodos da nossa História e em todos os ramos de atividade. E que, para isso, tiveram que enfrentar os preconceitos e as mais diversas pressões sociais. Tiveram que se esforçar muito mais do que os homens para conseguirem algum reconhecimento social, forjando sua têmpera na luta por seus direitos.
Pelo livro, muito gostoso de ler, desfilam biografias de mulheres como Branca Dias, Bárbara Heliodora, Chica da Silva, Maria Quitéria, Chiquinha Gonzaga, Gilka Machado, Tarsila Amaral e muitas, muitas outras. Vale a pena ler Elas, as pioneiras do Brasil de Hebe Boa Viagem. E, prepare-se para muitas surpresas.


A vida é um segundo
Eliane Müller Wolf
Edições Noturnas

Ângela é o que podemos chamar de mulher fatal. É bela, inteligente e calculista. Sabe seduzir os homens e tirar proveito deles. Mas nem sempre sai vitoriosa.
Inicia-se bem cedo numa série de aventuras que a levarão a Foz do Iguaçu, onde se mete em várias encrencas amorosas, leva homens à ruína e namora um notório líder da máfia chinesa no Paraguai.
Quando vem para São Paulo conhece o espanhol Juan que a submete e humilha de várias maneiras. Ela segue em busca do amor que haverá de redimi-la.
O livro é um retrato excitante, irreverente e, ao mesmo tempo, comovente, da juventude de hoje. Sua autora, a paranaense Eliane Müller Wolf, também retrata o universo feminino passeando por temas como amor e ódio, vício e luxúria.
A literatura é a sua forma de tornar realidade os sonhos e vivenciar as fantasias, já que ela concebe a vida como uma procura permanente por conhecimento e satisfação.


Uma vida inventada
Maitê Proença
Editora Agir (2008)

Com uma narrativa simples e bem elaborada, Maitê Proença mistura ficção e realidade para contar casos surpreendentes, entremeados pela estória de uma menina que quis desbravar o mundo e, descobrindo-o, descobriu a si mesma. A biografia fica por conta das andanças que Maitê fez pelo Brasil e pelo mundo, a descoberta do sexo e das drogas, o início da carreira de atriz e a relação com a filha única e o ex-marido, pai da menina. Sem falar das reflexões sentimentais sobre a carreira de atriz, a fama, a busca espiritual, a vida cotidiana e o falso moralismo da sociedade.
Apesar do livro apresentar uma separação visual clara entre estória (escrita com letras pequenas) e memória da escritora (no tamanho normal), pelo que o subtítulo (memória trocadas e outras histórias) nos dá a entender, há também verdade na primeira e mentira na segunda. Auxilia-nos o fato de conhecer alguns fatos da vida da atriz noticiadas na imprensa.
Verdadeiras ou não, em Uma vida inventada temos duas biografias de uma mesma mulher dentro de um único livro.


Comer, rezar, amar
Elizabeth Gilbert
Editora Objetiva (2008)

Elizabeth Gilbert estava com quase trinta anos e tinha tudo o que qualquer mulher poderia querer: um marido apaixonado, uma casa espaçosa que acabara de comprar, o projeto de ter filhos e uma carreira de sucesso. Mas em vez de sentir-se feliz e realizada, sentia-se confusa, triste e em pânico. Enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado. Até que decidiu tomar uma decisão radical: livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego, e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo - sozinha. O objetivo de Gilbert era visitar três lugares onde pudesse examinar aspectos de sua própria natureza, tendo como cenário uma cultura que, tradicionalmente, fosse especialista em cada um deles. "Assim, quis explorar a arte do prazer na Itália, a arte da devoção na Índia, e, na Indonésia, a arte de equilibrar as duas coisas", explica a autora.
Escrito com ironia e muito humor, o livro é um relato sobre a importância de assumir a responsabilidade pelo próprio contentamento e parar de viver conforme os ideais da sociedade. É um livro para qualquer um que já tenha se sentido perdido, ou pensado que deveria existir um caminho diferente, e melhor.


A mulher da minha vida
Carla Gurlfenbein
Editora Record (2008)

Na década de 1980, Londres era o destino de centenas de exilados sul-americanos. Antonio, jovem chileno, estuda sociologia e nutre o sonho de voltar a Santiago e presenciar a retomada do regime democrático. Nos corredores da universidade, ele conhece o inglês Theo e a bailarina Clara, filha de um exilado. Daquela amizade nasce um singelo triângulo amoroso que logo se desmancha, deixando marcas profundas. Após 15 anos de separação, os três amigos se reencontram na capital chilena. O livro fala de amor, lealdade, fraternidade e limites de cada pessoa e se torna ainda mais interessante pelo fato da escritora chilena Carla Guelfenbein explorar o mundo feminino através da visão masculina. É na narrativa de Theo que nos é desvendado a história das três personagens que formam o triângulo amoroso.



Desesperadamente Giulia
Sveva Casati Modignani
Editora Record (2007)

Ela é uma escritora famosa, ele um cirurgião reputado. Carregam consigo passados muito diferentes, repletos de alegria e sacrifícios, sucessos e fracassos. O sentimento que os une é tão forte que consegue apagar toda a amargura. Mas o espectro de uma terrível doença (ela descobre que tem um nódulo cancerígeno no seio) e uma acusação grave e injusta (ele é acusado de imperícia e negligência no exercício da profissão) destroem o sonho, que terá de ser reconstruído pela força do amor e da esperança. Romântica, dramática (um pouco até demais) e surpreendente, esta história de amor foi vencedora do prémio Selezione Bancarella, na Itália, e inspirou uma série televisiva. Sveva Casati Modignani publicou também, com enorme sucesso, os romances Baunilha e Chocolate e A Viela da Duquesa.


Não sou feliz, mas tenho marido

Viviana Gómez Thorpe
Letraviva (2006)

É quase impossível não rir durante a deliciosa leitura da obra Não sou feliz, mas tenho marido, da jornalista argentina Viviana Gómez Thorpe. A autora é peculiar em sua capacidade de descrever em minúcias as aventuras e desventuras de uma vida a dois. Dotada de um humor inteligente, consegue pontuar algumas questões nas relações humanas, sem a pretensão de filosofar ou de avaliar cada uma delas.
Baseada em experiências reais de Viviana, a ficção mostra uma jornalista que descobriu, ao longo do trabalho, que poderia ser uma espécie de biógrafa de muitas outras mulheres em todo o mundo.
O que Viviana parece estimular não é a revolta com a condição feminina, nem sequer criar um estereótipo de “escravidão” de mulheres, mas a capacidade de se divertir com as "aventuras" da vida conjugal. Apesar do tom hilário da maioria de seus textos, a autora nos surpreende com uma sincera revelação em Epílogo.
A obra foi também adaptada para o teatro, em vários países, inclusive no Brasil com a excelente atuação de Zezé Polessa.


Quase tudo

Danuza Leão
Companhia das Letras (2005)

O livro tem um texto leve, que prende e que faz com que o leitor se permita entrar - e desfrutar - das estórias contadas pela autora. Danuza começa a narrativa em sua infância e chega até os dias de hoje. Vai, paulatinamente, revelando várias nuances de sua personalidade e diversas mudanças pelas quais passou ao longo da vida enquanto nos apresenta os episódios, um a um.
Danuza passou por muitas coisas: amor, sofrimento, alegria, sucesso, perda - especialmente a de seu filho Samuca, que morreu em um acidente de automóvel, experimentou grandes paixões e intensamente.
Entretanto, enquanto nos narra diferentes passagens de sua vida, nos apresenta também acontecimentos históricos como o período da ditadura brasileira, a explosão da moda européia e a frivolidade desse universo, as loucuras da noite carioca dos anos 80.
Quase Tudo é uma autobiografia equilibrada, que nos faz rir e emociona, que nos faz pensar e sentirmos até uma certa cumplicidade com a autora. Vale a pena ler, curtir e refletir, especialmente com as mudanças e novas escolhas feitas pela autora ao longo do caminho.


Memória inventada

Érica Jong
Record (1999)


A luta da mulher do séc. XX para conquistar a liberdade e a busca da identidade por meio da memória são os temas do romance de Erica Jong, uma das escritoras norte-americanas de maior prestígio e ainda um ícone da liberação feminina. Memória inventada conta a vida de uma família judia nos EUA através da história de quatro gerações de mulheres de um clã pouco convencional, vivendo em Nova York. Artistas e ativistas, atravessam um século de drásticas mudanças e vão redefinindo o papel da mulher. Tudo começa com Sarah, que em 1905 deixa a Rússia e migra para os EUA. Continua com sua filha, a libertária escritora Salomé e a neta Sally, uma cantora folk dos anos 1960. Cabe a Sara (bisneta de Sarah, com agá no nome), herdeira dessas tradições, resgatar o passado de toda sua família nos EUA para poder encontrar-se, também, com a própria identidade. De forma delicada e provocante, o livro aborda questões existenciais, como o sentimento de ser estrangeiro, as mudanças nos papéis femininos e as dificuldades nos relacionamentos entre homens e mulheres.
O romance tem muitos elementos autobiográficos e fortes referências históricas, misturando ficção e personagens reais.



Mulher solteria procura homem impotente para relacionamento sério

Gaby Hauptmann
Rocco (1999)

Para dar um novo rumo à sua vida, Carmen Legg põe um anúncio nos jornais para encontrar o companheiro perfeito; um homem inteligente, porém impotente. Carmem recebe, em resposta, um número surpreendente de cartas e, com isso, entra numa roda-viva de encontros e desencontros. Ela vai driblando os pretendentes, que invadem com flores e telefonemas sua rotina numa companhia de seguros, enquanto tece comentários irônicos e pertinentes sobre o caráter e o temperamento masculinos e femininos também. Descobre, então, que os problemas também existem quando o sexo não é completo. Quando finalmente se apaixona pelo maravilhoso David, percebe que não está totalmente feliz com sua opção como julgara e, a qualquer custo, quer recuperar a potência do homem de sua vida.
Gaby tece uma narrativa ágil, feita de diálogos, pequenas histórias que se entrecruzam e algumas reflexões sobre os encontros e desencontros entre homens e mulheres neste final de milênio. Mas este não é um livro com teses feministas. A autora simplesmente encontrou uma maneira divertida e nova de falar sobre o amor nos tempos atuais.
Gaby Hauptmann nasceu em 14 de maio de 1957 na cidade de Trossingen, na Alemanha. Jornalista, trabalhou em jornais e rádios alemães. Produziu também programas de entrevistas e documentários para televisão.