por Cássia Juliana
A verdade é que a mulher continua sendo uma escrava da pressão social. Há 50 anos, a mulher conquistou sua liberdade sexual. Com poder de comando sobre a gravidez, pôde evoluir intelectual e profissionalmente. Como consequência, veio a liberdade financeira. Pronto. Poder-se-ia dizer que a mulher havia se tornado complemente livre. Certo? Errado.
Independentemente do nível social, econômico ou cultural, a mulher tem uma necessidade intrínseca de se espelhar em algo, para prestar contas à sociedade em que vive. Esse “algo” varia de acordo com o tipo de ambiente onde a mulher em questão cresceu. Pode ser tanto um padrão de beleza, como intelectual, ou, ainda, um padrão comportamental. Recuso-me a citar exemplos ligados à chamada indústria da beleza, porque não existe nada mais batido que isto. Portanto, vamos a situações menos exploradas: Quem não conhece uma mulher solteira que se vê obrigada a ser brilhante e super bem sucedida profissionalmente, pelo simples fato de ser solteira? Parece uma teoria da compensação, se você é solteira, tem que ser brilhante profissionalmente e ganhar rios de dinheiro. Há ainda, casos em que a mulher se obriga a levantar certas bandeiras simplesmente para explicar, ou melhor, para justificar a situação em que se encontra, por exemplo, a mulher casada e com filhos que, por questões financeiras, precisa abrir mão de certas vaidades, como salão de beleza e roupas da moda, para prover a família. Essa mulher comumente sai por aí pregando o quanto a maternidade é especial e “liberta” a mulher do apego a supérfluos. Será que essas mãezonas realmente pensam assim? Será que a maternidade tem o poder de privar a mulher de parte da sua feminilidade? Sinceramente, acho que não.
Em suma, no meu entender, a pílula trouxe sim liberdade, mas nós mulheres precisamos nos libertar de nossas próprias amarras, de nossos próprios preconceitos, para sermos felizes e plenas com o que temos e somos, independentemente do que dizem a sociedade, a mídia, o vizinho, a família etc. Digo tudo isso como mulher que, assim como tantas outras, cede às pressões sociais e levanta bandeiras embusteiras, porém, com a consciência de que este não é o caminho correto.
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