segunda-feira, 8 de março de 2010

Mais "coisas de mulheres"

por Laura Medioli, publicada em 02/02/2010

Outro dia escrevi sobre mulheres e algumas das situações delicadas, complicadas ou peculiares pelas quais passamos. Usar banheiros públicos, com certeza, é uma delas. Principalmente, quando se tem de segurar bolsa, saia ou qualquer outra coisa de nosso extenso arsenal feminino.

Já repararam como as garotas adolescentes nunca vão sozinhas ao banheiro? E ficam juntas dentro daquele cubículo, falando, falando e falando?

Certa vez, eu e uma amiga estávamos dentro de um desses cubículos cujas paredes não iam até o teto, quando ouvimos um barulho. Olhamos para cima e deparamos com três sujeitos pendurados na paredinha que, de "camarote", nos olhavam sem conter o riso. Minha amiga se vestiu de qualquer jeito e, aos berros, saímos correndo do recinto. Portanto, garotas! Cuidado com banheiros unissex divididos por paredinhas. Sempre pode ter um tarado à espreita.

Pior foi o que passei na Itália, num desses banheiros também unissex de cantina lotada. Perguntei ao garçom onde era o toalete, e ele, de longe, me apontou o recinto. Como a porta não estava de todo fechada, fui entrando até topar com um sujeito em pé, urinando. Pedindo desculpas, saí rapidinho. No caminho, encontro novamente o garçom, que me pergunta: - Não achou o toalete? E eu: - Achei, é que... Mal finalizei a frase, horrorizada, o vi abrindo a porta novamente: - É qui!
Antes que eu dissesse alguma coisa, me empurrou para dentro. Desnecessário dizer que o sujeito, na mesma posição de antes, descarregou em mim meia dúzia de palavrões escabrosos. Mamma mia!!! Deixando a porta aberta, saí correndo e nunca mais voltei.

Também já aconteceu o contrário: de eu entrar correndo e me dar mal, claro!

Carnaval em pequena cidade de Minas. Hospedada na casa da avó de uma amiga, numa tarde de mormaço, conheço o garoto, amigo do primo, pelo qual em questão de segundos fui me encantar. Após muita conversa, olhares e risos tímidos, marcamos um encontro no clube, onde haveria o último baile. Passei o resto da tarde me arrumando. Mobilizei até a avó na escolha da melhor fantasia. Banho de espuma e de perfume. E, vestida de odalisca, saí cheia de graça. Fui no carro com a família. O clube era no fim do mundo. Chegando, fui olhando as redondezas, até ser encontrada pelo pirata do cabelão. Uau! O garoto era o máximo! Pensava com meus lenços azuis, enquanto conversávamos amenidades. Escola, cinemas, futebol...

Depois, mais nada no meio do salão que não fosse uma odalisca encantada por um pirata interessado, até aparecer a amiga.

- Laurinha! Vamos ao banheiro?

Louquinha para falar do garoto, entro correndo no recinto lotado. E, a 40 cm da porta, já começo a derrapar. E vou derrapando até me estatelar de vez numa gigantesca poça de vômito. Com as pernas pra cima, tento me recompor. Minha amiga não se aguenta de tanto rir, enquanto eu, impregnada daquilo, sou acudida pelas 150 mulheres que ali se encontram.

- Machucou???

Antes o problema fosse o machucado. Putz! O quê que é isso? Quem é essa "sem noção" que fez o favor de vomitar no meio do banheiro? Perguntava-me, enquanto, encharcada pela coisa, fui tomar banho de pia. Tirei a saia de lenços para lavar. Depois, fui limpar as pernas, os braços, a barriga e os cabelos. Um desastre!!!

Lá fora, ansioso, o garoto me aguardava. Com a saia e o cabelo molhados, tento explicar o ocorrido. O cheiro era tão forte que nem eu estava me aguentando.

- Ô Laura! Desculpa, mas tá dureza! Por que não vai em casa trocar de roupa?

Trocar como, se o clube era fora da cidade? Que alma caridosa me traria de volta? Pensava com desespero.

Acabou o clima. Percebendo o mal-estar, dei uma desculpa e saí. Sentadinha na mesa dos fundos, olhava a banda passar. Ela e o meu pirata, agarrado a uma havaiana cheia de flores, cores e perfumes. Droga!

E, para finalizar a saga dos banheiros femininos, a melhor de todas.

Uma prima e sua amiga tiveram uma ideia genial. Tão genial que saiu na Globo. Inventaram uma espécie de cone de papelão, descartável e impermeável com florzinhas cor-de-rosa que, ajustado no devido lugar, nos permitia fazer xixi em pé, que nem homem. Sucesso!!! Os bares ofereciam o invento como cortesia, eu mesma distribuí aos montes para as amigas, todas encantadas com o negócio. Até o dia em que uma delas, distraída, fez que nem os homens fazem quando terminam, se é que vocês me entendem. Pra quê!!! Voltou tudo. Na perna, na calça, na sandália... Um desastre!

Como ela demorava horrores para voltar à mesa, fui ver o que estava acontecendo. Nunca rimos tanto. Pelo visto, não foi a única a fazer essa besteira, pois o "Pipi Up", como se chamava o invento, apesar do sucesso, não vingou.

E que não venha Freud falar sobre nosso complexo feminino de castração. Não aguento esses papos.

Bom, agora chega de bobagem porque o espaço é curto e já me excedi. No espaço e, principalmente, nas bobagens, né?

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